A alta demanda no Centro de Manutenção da TAP Air Portugal fez com que a empresa aérea portuguesa ficasse sem espaço disponível para realizar as próprias revisões em suas aeronaves e, por conta disso, vai enviar quatro dos seus Airbus A320 para manutenção na Adria Tehnika, na Eslovênia. É esperado que as aeronaves voem para o país do leste europeu ao longo do mês de julho.
Apesar de ser notório esse gargalo operacional, os sindicatos portugueses reclamaram da decisão da TAP, alegando se tratar de uma evidência de que faltam funcionários em seus quadro. O argumento faz uma conexão com disputas recentes entre empresa e as associações de trabalhadores, que pedem melhores salários e benefícios.
Sobre isso, a TAP foi enfática e apenas respondeu que “realiza tarefas de manutenção nas suas aeronaves em outras organizações certificadas e não apenas na TAP Maintenance & Engineering. Sempre o fez e continuará a fazê-lo”.
Brigas trabalhistas à parte, o movimento da TAP se assemelha ao que as empresas brasileiras Gol e Latam têm feito nos últimos meses, enviando suas aeronaves para manutenção fora do país devido à falta de espaço em seus hangares no Brasil e América Latina, na medida em que a aviação ganha força novamente. Recentemente, as duas empresas brasileiras enviaram aviões para manutenção em locais como México, Bulgária e Costa Rica.
Da mesma forma, a Azul teve dificuldades de encontrar locais para fazer a manutenção do Airbus A330-200 que será repassado à Força Aérea Brasileira, tendo que recorrer a um Check C na Jordânia e à pintura da aeronave na Irlanda. A empresa brasileira tentou um slot na TAP Air Portugal, segundo fontes revelaram ao AEROIN, mas não conseguiu devido ao excesso de trabalho no hangar português.
Essa prática de enviar aeronaves para manutenção “onde tiver espaço” deve seguir ocorrendo até que o gargalo seja resolvido, ou seja, até que os aviões sejam colocados novamente para voar, muitos deles após grandes intervalos de tempo estacionados durante a pandemia.
