Por quase 24 horas no ar, o voo mais longo de um Airbus A400M Atlas foi realizado pela RAF nesta semana

O A400M visto a partir de um Voyager durante o voo – Imagem: RAF

A Força Aérea do Reino Unido (RAF – Royal Air Force) informa que uma aeronave Airbus A400M Atlas da Base Aérea de Brize Norton, na Inglaterra, realizou o voo mais longo de todos os tempos para este tipo de aeronave, iniciando a implantação da RAF para o 23º Exercício Guardião da Mobilidade (Exercise Mobility Guardian 23).

O Atlas partiu de Brize Norton na última segunda-feira, dia 3 de julho, e voou sem escalas por 22 horas até Guam, uma ilha norte-americana na Micronésia, no Oceano Pacífico Ocidental.

O trajeto planejado para o voo – Imagem: RAF

Para o longo trajeto, o grande avião foi reabastecido em voo três vezes, uma vez sobre o Atlântico, uma vez sobre o Alasca e finalmente sobre o Oceano Pacífico. Durante o voo, a rota também levou o Atlas mais perto do polo norte, sobre a calota de gelo do Ártico, do que em qualquer voo anterior deste tipo de aeronave.

O primeiro reabastecimento foi realizado por um Voyager (Airbus A330MRTT) da RAF, que partiu do Reino Unido. O segundo e terceiro reabastecimentos foram realizados por um segundo Voyager que operou a partir da Base Aérea de Eielson da Força Aérea dos Estados Unidos, no Alasca.

O A400M na tela do operador a bordo do Voyager durante o reabastecimento em voo – Imagem: RAF
Cockpit do Voyager durante o voo – Imagem: RAF

“O Exercise Mobility Guardian é uma excelente oportunidade de treinamento para a Força de Mobilidade Aérea; permite-nos demonstrar a velocidade, o alcance e a utilidade da RAF, sustentada pelos meios da Força de Mobilidade Aérea, e reforça a nossa capacidade de conduzir rapidamente Operações Aéreas globais. O voo sem escalas do A400M Atlas da RAF de Brize Norton para Guam é um grande exemplo de nossa capacidade de projetar poder aéreo, permitindo-nos levar aeronaves, tripulações e equipamentos vitais para o outro lado do mundo em tempo hábil e com capacidade de operar imediatamente”, disse o Comodoro do Ar Lyle, Comandante da Força de Mobilidade Aérea da RAF.

O Tenente de Voo York, da Força de Voo de Treinamento Voyager, disse que, além da demonstração estratégica do compromisso do Reino Unido em operar na região, do ponto de vista da tripulação, “esta foi uma surtida desafiadora e recompensadora para todos, por permitir a projeção de longo alcance da Frota de Mobilidade Aérea da RAF. O planejamento tem sido significativo, assim como os benefícios do exercício de reabastecimento aéreo estratégico de longo alcance com outro tipo de aeronave de grande porte, realizado a partir de aeroportos de operação avançada”.

Na chegada a Guam, o Atlas, acompanhado de um Voyager da RAF, de elementos da Ala Médica Tática e de outro pessoal de apoio de toda a RAF, se juntarão ao Exercise Mobility Guardian, que tem aeronaves e pessoal dos EUA, Austrália, Canadá, França, Japão e Nova Zelândia.

Segundo explica a RAF, o exercício é o exemplo mais recente da importância que o Reino Unido dá a esta região, já que a área de treinamento se estende do norte da Austrália ao Japão e depois atravessa o Pacífico até o Havaí.

O objetivo do exercício é que os países envolvidos desenvolvam suas habilidades e entendimento de interoperabilidade e, assim, sejam capazes de fornecer poder aéreo, se necessário, e superar o conceito de ‘A Tirania da Distância’.

Durante o exercício, está planejado que surtidas sejam realizadas de e para o Japão, pois tais atividades da RAF também demonstram o compromisso do Reino Unido com o recém-assinado Acordo de Hiroshima entre o Reino Unido e o Japão. Este acordo enfatiza que a segurança e a prosperidade das regiões euro-atlântica e indo-pacífica são inseparáveis.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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