American Airlines recebe multa histórica por deixar passageiros presos em aviões devido a atrasos

Airbus A321 da American – Imagem: Alan Wilson / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

A American Airlines recebeu uma multa de US$4.1 milhões (cerca de R$ 19.5 milhões) por manter centenas de passageiros a bordo de aviões com atrasos significativos por várias horas seguidas, sem dar a eles a oportunidade de desembarcar, em não-conformidade com a lei americana.

Conforme a legislação dos EUA, as companhias aéreas são obrigadas a possuir planos de contingência para situações de atrasos prolongados na pista e, em grande parte dos casos, as companhias aéreas devem permitir que os passageiros desembarquem após um determinado período de atraso.

Para voos domésticos, os passageiros devem ter a oportunidade de desembarcar após um atraso de três horas ou mais na pista. Já para voos internacionais, um atraso de quatro horas na pista deve acionar a possibilidade de desembarque dos passageiros.

A única exceção a essa regra é se a companhia aérea puder comprovar que permitir que os passageiros desembarquem colocaria em risco a segurança ou se o controle de tráfego aéreo informar ao piloto que o desembarque dos passageiros causaria interrupções significativas nas operações do aeroporto.

A penalidade civil é a maior multa desse tipo já aplicada pelo Departamento de Transporte (DOT), após a agência determinar que a AA manteve ilegalmente centenas de passageiros em 43 voos afetados a bordo e contra a vontade deles.

Nos 43 casos investigados pelo Escritório de Proteção ao Consumidor da Aviação do Departamento de Transporte ao longo de um período de quatro anos entre 2018 e 2021, a American Airlines não conseguiu provar que nenhuma dessas exceções se aplicava. Como resultado, autoridades federais determinaram que a AA deveria ter permitido que os passageiros desembarcassem e, em alguns casos, também fornecessem lanches e água.

Os atrasos predominantes foram causados por condições climáticas severas, particularmente tempestades intensas no principal hub da AA no Aeroporto Dallas-Fort Worth. A companhia aérea informou aos investigadores que destinou recursos significativos para reduzir os atrasos na pista nos últimos anos.

A AA contestou se um voo em 13 de janeiro de 2019 deveria ter sido alvo de ação de fiscalização. Isso ocorreu porque o voo ficou preso em uma pista coberta de neve no Aeroporto de Washington-Reagan durante uma forte tempestade de inverno. O Departamento de Transporte não se convenceu pela defesa da AA, mas concedeu à aérea $2.05 milhões como compensação pelos pagamentos voluntários já feitos aos passageiros que ficaram presos nos voos afetados.

A multa mais recente por atrasos na pista supera a multa anterior recorde de $1.9 milhões aplicada à United Airlines em setembro de 2021 por voos atrasados ao longo de um período de cinco anos.

Leia mais:

Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

Veja outras histórias