Aviões comerciais ficam em chamas durante tentativa golpe de estado em curso no Sudão

Neste sábado, 15 de abril, um confronto armado eclodiu entre as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF) e o Exército do Sudão. O RSF, liderado pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido como Hemedti, disse que seu grupo foi atacado primeiro pelo exército.

O RSF, que os analistas dizem ter 100.000 homens, também afirmou ter assumido o controle do Palácio Presidencial, da residência do chefe do Exército e do aeroporto internacional de Cartum, que estaria parcialmente destruído e onde se podem ver aviões em chamas.

A princípio, testemunhas citam um Boeing 737 da SkyUp e um Airbus A330-300 da Saudia, que podem também ser vistos em um vídeo publicado nas redes sociais.

Testemunhas oculares relataram tiroteios em cidades vizinhas, além de canhões e veículos blindados nas ruas de Cartum. Imagens de emissoras mostraram uma aeronave militar no céu acima da cidade, enquanto a força aérea sudanesa conduziu operações contra o RSF.

Em meio aos tiroteios, médicos disseram que civis ficaram feridos. Os partidos políticos civis que assinaram um acordo inicial de compartilhamento de poder com o exército e o RSF clamaram pelo cessar das hostilidades. Embaixadas russa e americana também pediram o mesmo.

De acordo com o Exército, o RSF tentou atacar suas tropas em várias posições. O RSF, por sua vez, acusou o exército de cercar uma de suas bases e abrir fogo com armas pesadas. Os confrontos ocorreram em um contexto de longa luta pelo poder e golpes militares no país. Os temores de um conflito generalizado aumentaram, já que o Sudão enfrenta um colapso econômico e surtos de violência tribal.

Uma transição planejada para a democracia liderada por Hemedti poderia ser minada por um confronto prolongado entre o RSF e o exército. O RSF e o exército são os principais atores que assinaram o acordo de partilha de poder, que tinha como objetivo devolver o Sudão ao governo civil.