Voos fantasmas levam empresa aérea a pagar quase US$ 80 milhões para evitar julgamento

Airbus A380 da Qantas Airways – Imagem: Depositphotos

A Qantas Airways concordou em pagar US$ 79,4 milhões após admitir práticas publicitárias enganosas. Esta conciliação decorre de uma ação movida pela Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores (ACCC) relacionada à publicidade de voos inexistentes da companhia aérea.

O acordo, pendente de aprovação pela Justiça Federal, inclui US$ 66 milhões em multas pagas diretamente à ACCC e mais US$ 13,4 milhões em compensação para os 86 mil clientes que compraram passagens para esses chamados “voos fantasmas“: voos anunciados e vendidos apesar de terem sido cancelados, afetando os planos de viagem de inúmeros passageiros, conforme noticia o Aviacionline.

Vanessa Hudson, CEO da Qantas, enfatizou que este acordo marca um passo crucial na reconstrução da confiança dos clientes na companhia aérea. Hudson, que assumiu o cargo dois meses antes devido às consequências dessas alegações, reconheceu as deficiências da empresa durante a transição de volta às viagens regulares após a COVID-19.

Reconhecemos que a Qantas decepcionou os clientes e não correspondeu aos nossos próprios padrões“, disse Hudson, expressando profundo pesar pela incapacidade da companhia aérea de fornecer notificações de cancelamento em tempo hábil.

A ACCC iniciou uma ação judicial contra a empresa em agosto de 2023, após descobrir que a companhia aérea havia anunciado e vendido passagens para aproximadamente 8.000 voos cancelados durante um período de dois meses em 2022.

Embora a ACCC tenha retirado algumas das suas reclamações anteriores relativas à aceitação indevida de pagamentos para estes voos, a admissão da Qantas de ter enganado os clientes foi vista como um ponto de viragem no seu cumprimento da Lei do Consumidor australiana.

Gina Cass Gotlieb, presidente da ACCC, descreveu as ações da companhia aérea como “flagrantes e inaceitáveis“, destacando a perturbação causada aos clientes que fizeram planos de férias, negócios e outras viagens com base nestes voos fantasmas. Cass Gotlieb enfatizou a importância da multa para enviar uma forte mensagem dissuasora a outras empresas sobre as consequências de tais práticas enganosas.

De acordo com a Qantas, a maioria dos passageiros afetados viajava em rotas domésticas ou trans-tasmanianas e foram feitos esforços para realocá-los em voos alternativos. Apesar destes esforços, o impacto na confiança dos passageiros foi considerável, conduzindo a um ano tumultuado para a companhia aérea, como refletido na queda acentuada do preço das suas ações e na saída antecipada do antigo CEO Alan Joyce.

Como parte do acordo, os titulares de passagens domésticas receberão US$ 225, e aqueles com reservas em voos internacionais receberão US$ 450 em compensação, além de quaisquer reembolsos ou planos de viagem alternativos previamente fornecidos pela companhia aérea.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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