A maré de má-sorte parece não ter fim para a Boeing. Após problemas com os motores do 777X e um conserto que durou mais de um mês, eles acabaram novamente danificados durante o transporte feito por um Antonov.
Após um tempo no conserto, o motor GE9X finalmente estava pronto para ser retornado à Boeing, a fim de permitir a continuidade dos testes com a maior aposta da fabricante americana para o mercado de voos de longo curso, o 777X, que já teve inúmeros atrasos no cronograma original.
Maré de azar
O problema inicial nos motores do 777X seria um desgaste prematuro nas palhetas fixas (vanes) do compressor de alta pressão. Os mesmos foram consertados e entregues no dia 18 de outubro para Boeing. Tudo corrigido, era hora de despachar o motor de volta.
Estava tudo acordado e o transporte entre a fábrica da General Eletric (GE) em Ohio, fabricante do motor, à fábrica da Boeing, em Washington, seria feito pelo gigante avião ucraniano Antonov An-124 Ruslan. Como o motor é muito grande e não cabe no Boeing 747, foi necessário recorrer à ajuda da empresa aérea russa Volga-Dnepr, que opera o Ruslan.
Mas algo saiu errado, já que um dos motores que estava sendo transportado acabou danificado após um pouso duro. As avarias foram identificadas durante a inspeção visual inicial e fizeram com que a Volga Dnepr solicitasse um voo de volta a Ohio, no último dia 4, para levá-lo para a GE.
Por ser uma companhia aérea estrangeira e que, inicialmente, não pode realizar voos comerciais domésticos dentro dos EUA, é necessário uma autorização especial, que é concedida apenas quando nenhuma empresa americana tem a capacidade de fazer o transporte.
Sem novos atrasos
Segundo a Bloomberg, o Antonov consegue transportar ao menos dois motores GE9X por voo, sendo que no incidente apenas um destes motores ficou danificado. Mas o motor acabou não voltando para Ohio.
De início, pensou-se que o motor teria que voltar mais uma vez, mas a Boeing e a GE concluíram que seria possível fazer os reparos do motor ali mesmo, em Everett.
“Até agora não aparenta ter nenhum grande dano. A Boeing recebeu recentemente os motores reconfigurados para o primeiro avião, e o voo inaugural se mantém programado para o início de 2020”, afirmou Paul Bergman, porta-voz da fabricante americana.