Aerolíneas Argentinas volta para a Venezuela e venezuelanos pedem a apreensão do avião

A visita de um avião da Aerolíneas Argentinas causou confusão na Venezuela, com pedidos de apreensão da aeronave que levou um time de futebol.

A chegada do Boeing 737 argentino se deu em razão do jogo do San Lorenzo contra o Estudiantes de Mérida, em partida válida pela Copa Sulamericana. Já havia 6 anos que uma aeronave da estatal argentina não pousava na Venezuela e o motivo disso era a retenção cambial que o governo venezuelano faz contra as empresas aéreas estrangeiras, impedindo remessas de lucros para suas matrizes.

No entanto, agora, o retorno aconteceu por um fretamento esportivo e não por uma operação regular. No entanto, ele chamou a atenção por outro motivo, que foi um pedido de “revanche” de venezuelanos que queriam a apreensão do Boeing argentino.

Isso porque, no ano passado, uma longa confusão se deu após um Boeing 747 de cargas da Venezuela ser impedido de decolar da Argentina, já que nenhuma empresa queria abastecê-lo por temores de ligação com entidades iranianas sancionadas. A situação só piorou depois que foi descoberto um número “anormal” de tripulantes no voo, e boa parte deles iranianos, o que não faria muito sentido num voo feito por uma empresa latina dentro da América Latina.

Pouco tempo depois, os EUA pediram que a Argentina apreendesse o avião por ligações com terroristas do Irã, e assim foi feito. Hoje os tripulantes já estão liberados mas o 747 segue apreendido e abandonado em Buenos Aires, apesar dos constantes pedidos da Venezuela para a liberação dele.

Como retaliação e vingança pelo Jumbo apreendido, alguns venezuelanos têm exigido que o governo local retenha o Boeing da Aerolíneas. No tuite abaixo, um deles defende a retenção do avião. Sua publicação alcançou bastante engajamento com várias pessoas defendendo a posição do usuário (embora não tenha sido uma unanimidade).

Os pedidos são baseados na reprocidade internacional, em que um estado faz contra o outro, este o responde de maneira igual. Porém o Boeing argentino foi entregue novo da fábrica para a Aerolíneas, e não foi flagrado em atitude suspeita.

Outro ponto é que caso a apreensão, já apoiada por mais de 1 mil pessoas no Twitter, ocorosse, daria um sinal para que as poucas companhias aéreas estrangeiras não voassem mais para a Venezuela. Piorando a já frágil malha aérea do país, que tem apenas 1 voo para o Brasil.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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