Alaska também achou parafusos soltos nos seus Boeings 737 MAX 9

O acidente com o Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines pode estar se encaminhando para ter sua origem descoberta, agora também pela própria companhia aérea.

Divulgação – Alaska Airlines

A chamada porta-tampão, que fica na seção traseira da fuselagem da aeronave, saiu voando durante o voo AS1282 no último dia 5 de janeiro de 2024, minutos após a decolagem do 737 MAX 9, de Portland para Ontario.

A porta foi perdida a 16 mil pés (4.800m) de altitude, resultando em despressurização explosiva, que puxou para fora pertences pessoais de alguns passageiros, incluindo um celular que foi encontrado intacto no solo.

Com o acidente, os voos do 737 MAX 9 foram suspensos quase no mundo todo, e inspeções foram ordenadas pela FAA, a Administração Federal de Aviação Civil dos EUA.

Enquanto a Alaska ia fazendo as inspeções e liberando a aeronave, a United fez o mesmo, porém, comunicou no final da segunda-feira, 08, que tinha achado alguns parafusos soltos ou mal torqueados, como mostrado pelo AEROIN em imagens.

Isso levantou várias acusações contra a Spirit AeroSystems, principal fornecedora da Boeing e que está sob escrutínio já há alguns anos por seguidos problemas de controle de qualidade. Ela fabricou a fuselagem e não teria apertado devidamente os parafusos.

Agora, a própria Alaska informou que encontrou o mesmo problema em seus jatos, somando-se aos 5 aviões 737 MAX 9 da United com o mesmo problema e que estão sendo reparados. Segundo a empresa de Washington e vizinha da Boeing, “relatórios iniciais de nossos técnicos indicam que algumas peças soltas eram visíveis em algumas aeronaves”.

A empresa não deu tantos detalhes como a United fez, mas também afirma que espera mais instruções por parte da FAA. Os parafusos mal fixados podem ter levado aos problemas de pressurização nos voos anteriores ao do acidente, e que, por sua vez, podem ter causado o acidente.

Veja a nota oficial da Alaska divulgada na noite de segunda-feira:

Continuamos aguardando a documentação final da Boeing e da FAA antes de podermos iniciar o processo formal de inspeção. À medida que nossos técnicos de manutenção começaram a preparar nossa frota 737 MAX 9 para as inspeções, eles acessaram a área em questão. Relatórios iniciais de nossos técnicos indicam que algumas peças soltas eram visíveis em algumas aeronaves.

Quando pudermos prosseguir com o processo formal de inspeção, todas as aeronaves serão minuciosamente inspecionadas de acordo com as instruções detalhadas fornecidas pela FAA em consulta com a Boeing. Quaisquer descobertas serão totalmente abordadas de maneira a satisfazer nossos padrões de segurança e conformidade com a FAA. As inspeções formais também exigirão documentar todas as descobertas, que serão relatadas à FAA.

Nenhuma aeronave será devolvida ao serviço até que todas essas etapas estejam concluídas. A segurança dessas aeronaves é nossa prioridade, e tomaremos o tempo e as medidas necessárias para garantir sua aeronavegabilidade, em estreita parceria com a FAA.”

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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