Boeing registrou uma queda relevante no número das entregas de aviões em julho

Foto: Spirit Aerosystems

A montadora aeronáutica estadunidense Boeing teve uma queda significativa nas entregas de aviões em julho. A empresa entregou 43 aparelhos durante o mês, 17 a menos do que em junho e 22 a menos que a rival europeia Airbus. Este índice ainda foi pressionado pela redução das entregas de aviões 737 MAX, que caíram de 48 em junho para 32 em julho, registrando o nível mais baixo desde abril.

O principal problema se deve aos atrasos na cadeia de suprimentos e na logística, que atingem o modelo 737 da Boeing, mas também afetam todos os demais – incluindo as outras montadoras de aeronave, como Airbus e Embraer, em diferentes medidas. Além disso, o CEO da Boeing, Dave Calhoun, previu que desalinhamentos técnicos e problemas com fornecedores manteriam a entrega próximo do nível baixo.

Como outro revés para a fabricante dos EUA, no mês passado foi registrado um colapso em uma ponte ferroviária, impedindo que trens levassem peças de aeronaves das plantas onde são produzidas até a linha de montagem. Em especial, o fornecedor Spirit Aerosystems foi grandemente afetado, tendo que transferir o transporte dos componentes do trem para o caminhão, e novamente para o trem do outro lado da via colapsada.

No entanto, a montadora produziu alguns modelos 787 Dreamliners e de 777 Freighters em julho, assim como o 737, de geração anterior, que será usado na Marinha dos EUA como aeronave de patrulha marítima sob a designação P-8.

A Boeing anunciou que havia aumentado a produção do 737 com uma taxa mensal de 31 para 38 jatos. O diretor financeiro Brian West também reforçou que um retorno consistente a esse nível exigirá algum tempo.

A empresa conseguiu 52 pedidos brutos de aviões em julho, incluindo o anunciado anteriormente de 39 Dreamliners para a Saudia, sem cancelamentos. A Airbus também anunciou que obteve 60 pedidos no mesmo período. Desde janeiro deste ano, os pedidos brutos da Boeing foram de 579, ou 467 líquidos, após contabilizar os cancelamentos. Isto elevou a carteira de pedidos comerciais da montadora de 4.879 para 4.928.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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