Com vantagem em relação à concorrência, Lufthansa vai verificar motores do A320neo mais rápido

Imagem: Paul Schmid, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

A Lufthansa enfrenta desafios com os motores Pratt & Whitney em sua frota de Airbus A320neo, um problema que também afeta outras companhias aéreas ao redor do mundo. No entanto, a companhia aérea alemã possui uma vantagem em relação à concorrência.

Em 2024, 20 aeronaves da Lufthansa Group estarão em solo, em média, a qualquer momento devido à necessidade de inspeções nos motores PW1100G-JM, fabricados pela empresa americana Pratt & Whitney.

A visita à manutenção ocorre porque, durante a produção, ocorreram problemas na forja de peças de metal em pó, que podem ser um problema para os motores. Por outro lado, aeronaves inoperantes representam perda de dinheiro para qualquer companhia aérea.

No entanto, os problemas com a Pratt & Whitney afetam a Lufthansa Group de maneira um pouco menos grave do que outras empresas do setor, conforme noticia o aeroTELEGRAPH. Isso se deve ao fato de que, por meio de sua subsidiária Lufthansa Technik, a companhia aérea gera receita com a manutenção desses motores.

De acordo com o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, a empresa atende aproximadamente um em cada cinco aviões em operação no mundo e possui licença para a manutenção dos motores PW1100G-JM. Isso significa que ela atenderá a outras empresas do mundo, além dos seus próprios aviões.

Essa situação não só beneficia financeiramente a Lufthansa Group, mas também proporciona uma economia de tempo significativa durante as verificações dos seus motores. Para sua frota, 146 motores estão sujeitos a inspeções (incluindo os reservas) e a empresa será capaz de realizar essas verificações muito mais rápido do que o média de tempo esperada em comunicado da Pratt & Whitney.

Graças à expertise da Lufthansa Technik, a companhia aérea conseguirá encurtar os prazos, conforme revelou Carsten Spohr durante a apresentação dos resultados do trimestre para analistas, realizada em 2 de novembro.

Apesar desses avanços, a Lufthansa Group está implementando medidas para minimizar o impacto dos problemas nos motores em seus planos de voo. Uma das estratégias adotadas é operar voos por um período prolongado com aeronaves mais antigas, a fim de compensar as indisponibilidades das aeronaves em processo de verificação.

Spohr ressalta que nem todas as companhias aéreas do grupo operam suas aeronaves A320neo com motores da Pratt & Whitney. Por exemplo, a Eurowings e a Brussels Airlines operam exclusivamente com a segunda opção de motor oferecida pelo fabricante, a CFM.

Leia mais:

Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

Veja outras histórias